Essa variante surgiu devido ao apreço e requinte existente no soneto, nascido segundo alguns estudiosos entre os séculos XII e XIII na Sicília. Atribuem a Jacopo (Giacomo) Notaro, um poeta siciliano. A princípio em forma de letras escritas para músicas, estruturados por uma oitava e dois tercetos de melodias diferentes.
A seguir, surgiu um poeta de Santa Firmina, Guittone D’Arezzo, que aderiu em definitivo o que se entendeu como sendo a melhor forma de expressão de uma emoção isolada, pensamento e/ou idéia, o soneto. Porém, Francesco Petrarca, aperfeiçoou a estrutura poética do soneto, surgido na Sicília e o difundiu por toda a Europa durante as suas muitas viagens.
Surgiu Isidro Iturat, espanhol de Villanueva e La Geltrú, nascido em 1973. Pensou em uma nova forma de soneto, esse novo formato, caiu no gosto de vários autores, espalhando-se na Europa.
Em verdade diz o seu criador: o indriso é uma imagem que a minha cabeça criou de forma espontânea. Às vezes, faço o exercício de visualizar a extrutura dos poemas mentalmente. O indriso surgiu em um momento em que meditava sobre o soneto e em um determinado instante, vi as estrofes da figura clássica se condensando desde o padrão (4-4-3-3) para o (3-3-1-1).
Hoje, radicado em São Paulo /Brasil, desde 2005. Isidro leciona literatura espanhola e se dedica a arte da escrita.
CURIOSIDADE:
A origem da nomenclatura: Sendo o indriso, uma variante do soneto, o qual, alguns atribuem a sua criação ao Jacopo Lentini, aconteceu um fato curioso na vida de Isidro : uma garota, contando os seus três anos de idade, esforçando-se em chamá-lo pelo nome, sem conseguir, insistia em dar-lhe o nome de Indriso. Isto chamou a atenção daquele que viria ser o criador da variante do soneto:“indriso”.
Podemos encontrar no site abaixo a primeira coletânea do autor: “El Manantial” inteiramente disponível on-line: http://www.indrisos.com. (http://www.indrisos.com/manantialarchivos/portadamanantial.htm). (http://www.indrisos.com/colaboradores/indicecolaboradoresother.htm).
Existem exemplares no espanhol e em tupiniquês.
Luna Menguante
El sentauro se asoma por la ventana
Y La mujer dormida está hablando em sueños
Llora y rie porque um centauro la rapta
Cabalga em su sueño la mujer dormida,
Cabalga em su sueño y es cabalgada
Em La selva, nadie la oye cuando chilla
Llora y ríe como nunca em vigília
El centauro la mira...por la ventana
(Isidro Iturat)
Exemplo: (33-11)
QUEM ME DERA... PODER SER EU! (Indriso)
A lágrima que não chorei,
e o grito que não fiz ouvir,
em mim tranca se fez...
Verdades que não falei,
O amor que não vivi...
Assim, minh'alma mutilei,
Quereres que só eu quis...
Eu poderia ter sido feliz!
Indriso está publicado no livro “Versos Inéditos”, como destaque. Na 1ª edição jul / 2009. http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/quem-me-dera-poder-ser-eu-1
Isidro usa de transparência ao afirmar e defender a tese de que a sua criação inovadora é definida pela estruturação, a qual, ele impõe os limites que se seguem, segundo as suas palavras: “O único limite no indriso está na associação dos dois tercetos e das duas estrofes de verso único duplicados, pois é isso o que o define. Em relação a outras particularidades textuais (medida nos versos, rima, temática, estilo, associações de vários indrisos, etc.) o autor tem total liberdade criativa.” Palavras Isidro Iturat quando em entrevista a Revista SAMIZDAT.
Em outra entrevista a Revista Los Argonautas.Net.Espanha.Março de 2009, O escritor e poeta, nos esclarece às limitações de tal estruturação e diz: O indriso é um poema estruturado em (3-3-1-1), que admite qualquer tipo de rima e medida (métrica), nos seus versos.
Ou seja: sua estrutura é livre, quanto, a rima e métrica, porém, se não estiver estruturado dentro da forma (33-11) Não será o indriso criado por Isidro Iturat.
As inúmeras variações, que se nos apresentam, são de outros autores. Os estudos por eles feitos ao longo dos anos, deram origens a novas formas de estruturações, geradas do indriso original.
O Escritor diz ter conhecido formas e esquemas, tais quais, podemos ver a seguir: 3-3-2, 3-3-3-1-1, 4-4-1-1, etc., autores diversos têm chamado a essas novas formas de indrisos. No entanto diz Isidro, não achar pertinente assumí-los, como tais, pois, mesmo que, sejam oriundos do esquema 3-3-1-1, ficam longe do original. Isto, no tocante ao ritmo, visual e arquetípico. E, exorta a todos quantos, estiverem usando as novas estruturações a procurarem “outras denominações e/ou nomenclaturas, para se referirem a elas...
Devemos considerar o fato de que assumindo-os, poderíamos cair em uma ILIMITAÇÃO, o que tornaria a sua definição sem sentido - afirma o escritor -. Por outro lado, a escritora uruguaia Teresa Marcialetti , apresentou ao Isidro uma proposta , a qual, o escritor viu de forma diferente, achando coerência em seus estudos. Ela investigou as possibilidades de combinações do 3 e do 1 duplicados. Por sua vez, Isidro com a devida permissão, também estudou o assunto.
Contrariamente a todos os outros esquemas , por ele vistos, achou grande afinidade entre o 3-3-1-1 e outras variantes, mostradas a seguir.
Considerando as formas em que os dois tercetos e as estrofes de verso único podem se relacionar, Isidro acha adequado considerar uma nova terminologia baseada nos conceitos de sístole y diástole, entendendo a transição de 3 para 1 como um movimento de contração do discurso e a transição de 1 para 3 como um movimento de expansão:
3-3-1-1: Indriso ou indriso em sístole.
1-1-3-3: Indriso em diástole.
3-1-3-1: Indriso de duas sístoles.
1-3-1-3: Indriso de duas diástoles.
3-1-1-3: Indriso em sístole interna.
1-3-3-1: Indriso em diástole interna.
Como vemos a seguir existem inúmeras possibilidades de estruturação: (33-22; 22-11; 33-11...) Podemos denominar-lhes indrisos?
O LAÇO (Indriso) (44-11)
O amor é um grande laço...
Lindo como o jasmim...
Em minha volta o teu braço,
Não te separas de mim...
O caminho contigo faço,
Apegamo-nos enfim...
Não é de fita esse laço...
Estás contido em mim!
Dele não se desvencilha,
Não se tem como fugir...
Publicado no livro “Versos Inéditos”, como destaque. Na 1ª edição jul / 2009. http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/o-laco-indriso
Retalhos (33-11)
Trago em minh’alma múltiplo sofrer,
Chegando assim, a ser, tornei-me nulo ser.
Exausto viver, quero não mais querer!...
Nulo existir, enfim: Quem vive em mim?
Quero sem ter, tenho o que não quero.
Quereres adquiridos sou um ser induzido!
Tecido de carne e sangue, robô sensitivo!
Sentindo e sofrendo, por não agir, morrendo!
(EstherRogessi).
O LAÇO (44-22)
O amor é um grande laço...
Lindo como o jasmim...
Em minha volta o teu braço,
Não te separas de mim...
O caminho contigo faço,
Apegamo-nos enfim...
Não é de fita esse laço...
Estás contido em mim!
Dele não se desvencilha,
Não se tem como fugir...
Contigo... bem que eu queria,
Ir bem longe... Rumo a uma ilha.
NOTA: Indriso premiado no grupo Soneto e publicado no livro “Versos Inéditos”, 1ª Edição jul / 2009 http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/o-laco-indriso
EstherRogessi. Escritora UBE. Mat.9363. Teoria Literária Sobre Particularidades do Indriso.
Fonte de pesquisa: Google Revista Los Argonautas.Net.Espanha.Março de 2009 e Revista SAMIZDAT. 19/10/09.
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sábado, 21 de agosto de 2010
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Quem sou eu
- EstherRogessi
- Baronesa da Gothia Rogessi de A. Mendes (EstherRogessi). Pernambucana, outorgada com Título Nobiliárquico - Alta Insígnia BARONESA DA GOTHIA da Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente, DAMA COMENDADORA da Real Ordem dos Cavaleiros e Damas Rei Ramiro de Leão. Comendadora pelo CONINTER ARTES.. Escritora UBE/SP; Embaixadora da Paz (FEBACLA); Artista plástica, Membro Correspondente de várias Academias de Letras e Artes Nacionais e Internacionais. Consulesa e Comendadora. Tem escritos publicados em Antologias e Revistas Virtuais, no Brasil e exterior. Publicou o seu primeiro livro solo, pela Editora Literarte intitulado "Conflitos de uma alma" Romance ISBN 978-8-5835200-8-5 EstherRogessi recebeu várias premiações nacionais e internacionais.
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