terça-feira, 11 de agosto de 2009

PUNHAIS DE CARNE! (Artigo)

Sei o que é a fome, pobreza, crueldade e dor.
Quero saber o que é ser criança, respondam-me por favor.
Meio a implacável fome, conheci o lobisomem...
Ferocidade!
A minha mãe me negociou... por tão pouco!
Maãe! Não quero ir! Livra-me do lobo...
Arrastada segui, fui de encontro ao que jamais pensei existir...
Aos gritos: maãe!...Não quero irrr!...
Chorando, olhei pra trás e vi...mamãe, que, nunca mais eu vi...
Senti na minh’alma ser o fim!
Mamãe me vendeu por pouco dinheiro, queria comer carne.
Não sentiste mãe, que comias a mim?...
O falar cruel do meu dono, e eu a soluçar num cantinho dormi, sem que viesse à sonhar.
Aos oito anos, de uma infância sofrida, fui como filhote de cachorro, vendida, para aplacar a fome momentânea, dos que me geraram e dos meus irmãos, que estavam na engorda... enquanto não lhes era chegada a maldita hora!
Enquanto fortemente, o lobisomem me puxava pelas mãos, vi madames na praça, com cachorros nos braços vestidos, tal qual, gente, a me olhar indiferente...
Ah! Minha mãe..., minha boneca de pano..., meu sexo!
Frágil de criança, jamais tocado.
Agora, dilacerado, esfacelado, por um, dois, três.
Punhais de carne!
Meu sangue desce quente, por todos os lados...
Maãe!... Que alimento atroz te enche às entranhas...
Vomita-me mãe! A dor é tamanha...
Que brincadeira é essa, que me fizeste brincar?!
Que médicos são esses, que estão a me matar?
Eu não sabia disso... Qual o nome que se dar?
Comigo, tantas outras, em um quarto fechado...
Tem uma pequenina, à chupar sua chupeta... Coitadinha!
Somos, tais quais, comodongos no canto da parede acuados,
alimento pras cobras...
Tremendo num canto à cada abrir da porta...
Quem será a próxima? Será que volta?...
Homens de todo tipo: moços, velhos, fétidos, ricos...
Nos pegam pra brincar de boneca.
Sou boneca de pano – a que conheço -! Elas não sangram...
Estou à sangrar!
Não há ninguém pra nos ajudar...
Quantos de nós chegaremos a adolescência?

Tem misericórdia, oh! Deus!...
Das vítimas da pedofilia, dos malditos punhais de carne,
Da sangria!
Armas cruéis...agonia - não foste tu que disseste: “vinde a mim às criancinhas?!”
( Lc 18.15-17).
Pois, olha, livra Senhor, a todas elas do destino que foi meu,
transforma os corações de pedra dos inimigos delas e dos inimigos meus!...


EstherRogessi. Prosa Poética: Punhais de Carne! Categoria: Poética. 06/08/09. Copyright.

Nota: Esse texto, pode parecer frio, cruel, impróprio, impertinente, escandaloso, surreal...etc., não se feche a ele! Pois, é a mais pura verdade, descrita poéticamente – poesia também é dor -, com o único intuito, de chamar-te a atenção, convidar-te a um mover santo, em prol da criança vítima completamente indefesa, das mais variadas molestações.
Há “Movimentos” em prol de quase tudo: Preservação Da Natureza,Direitos Humanos, tudo é muito pertinente, aplaudo. Porém, os abusos à criança e ao adolescente, deve ser olhado com igual esmero.
Pedofilia é o sinônimo de: Máxima Crueldade!
Onde estão às autoridades? Por que fecham os olhos e ouvidos a tão brutal prática?

EstherRogessi. Texto Explicativo: Prosa Poética: Punhais de Carne! Categoria: Poética. 06/08/09.

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Quem sou eu

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Baronesa da Gothia Rogessi de A. Mendes (EstherRogessi). Pernambucana, outorgada com Título Nobiliárquico - Alta Insígnia BARONESA DA GOTHIA da Augustíssima e Soberana Casa Real e Imperial dos Godos de Oriente, DAMA COMENDADORA da Real Ordem dos Cavaleiros e Damas Rei Ramiro de Leão. Comendadora pelo CONINTER ARTES.. Escritora UBE/SP; Embaixadora da Paz (FEBACLA); Artista plástica, Membro Correspondente de várias Academias de Letras e Artes Nacionais e Internacionais. Consulesa e Comendadora. Tem escritos publicados em Antologias e Revistas Virtuais, no Brasil e exterior. Publicou o seu primeiro livro solo, pela Editora Literarte intitulado "Conflitos de uma alma" Romance ISBN 978-8-5835200-8-5 EstherRogessi recebeu várias premiações nacionais e internacionais.