Não mais sou aquela criança que às vésperas dos natais longínquos... sonhava em agonia, com o término da noite e lutava contra o sono para te ver chegar durante as madrugadas, Noel!
Ansiosa eu colocava meus sapatinhos bem arrumados embaixo da cama.., esperando a tua visita que eu sabia ser breve... Quantos lares tinhas que visitar!... E, ao amanhecer, de um salto.., eu me punha em pé!
Os meus olhos seguiam direto a procura dos meus sapatos, onde um ajudante teu – quantos desses tens mundo afora... –, tinha colocado o meu presente.
Lembro da boneca duura... baraata... que o teu ajudante me presenteou!
Não mexia a cabeça, nem os braços e menos ainda as pernas. Os olhos eram pintados... Porém, como me fez feliz...!
Fui crescendo e o meu entendimento cresceu comigo...
Quantas perguntas eu fiz a mim mesma... Algumas sem respostas, outras... vieram a mim no decorrer do tempo.
Como é lindo o Natal!
É uma festa que simboliza a paz e a fraternidade entre os homens. Tudo é tão singelo, tão mágico! Tão saudoso... Mesmo, para os que ainda, não têm porque sentir saudade. Tudo é vermelho, verde e branco... Sangue, vida e paz!...
Ah! Hoje, percebo, infelizmente... que, a maioria, comemora tudo nessa época, menos o que se deve comemorar de fato! O personagem principal está tão distante de cada um deles...
É uma festa cuja preparação é uma forma de exaltação própria!
A casa é limpa ornamentada, troca-se móveis e utensílios; se faz faxina nos armários e guarda-roupas. É momento de inovação exterior... As geladeiras ficam repletas de guloseimas; de supérfluos, para alimentar a quem não tem fome... Afinal, é NATAL!!
Foi em busca da compra de presentes que me deparei com a ‘realidade da época’... Ao chegar a uma grande loja de brinquedos... Observei um pai testando um carrinho guiado por controle remoto. Feliz, tal qual, uma criança... Indeciso entre levar o carrinho ou um helicóptero que, parecia ser mais real, do que se pudesse imaginar...Com certeza, aquele pai estava propenso a si presentear, tanto quanto, ao filho. Quem sabe? Talvez, quando criança, recebera presentes como os que eu recebi... (e, graças a Deus por tê-los recebido...)
Naquele momento de observância, percebi uma criança maltrapilha – menino de rua – admiradíssimo com tamanha beleza... Ele assentou-se no chão e ficou embevecido. Os seus olhos brilhavam, como as luzes do Natal... Ora, olhava o carinho que fazia manobras radicais, guiado pelo comprador-criança; ora, fitava para o alto, vendo o helicóptero voaando... tal qual, um pássaro.
Foi em meio aquele enlevo que chegou um vendedor desnaturado, insensível e o colocou para fora, puxando-lhe pelo braço grosseiramente. O meu espírito se constrangeu! Quando me recuperei do choque momentâneo, gritei: Pare! Não faça isso! Respeite a criança... Suas vestes estão sujas, porém, a sua inocência é limpa... Não a manche! Deixe-o em paz! Ele está comigo... O homem saiu desconfiado.
Perguntei ao garoto: – Qual deles é o mais bonito?
E ele respondeu: – O avião!!
Papai do Céu – hoje eu sei o nome correto – realizou o sonho daquela criança.
Eu sei, o quanto dói, não ter um sonho realizado. O que é fácil e corriqueiro para milhares, pode ser de suma importância para outros tantos.
Eu tenho um sonho há dez anos... Sei que se tornará real... Viverei até lá!

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